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O documentário israelense “The Gatekeepers”, de Dror Moreh, serve como introdução à devastação. São entrevistados ex-oficiais do Shin Bet, o serviço de segurança de Israel (semelhante à CIA). Sabemos o nome dos seus líderes, mas não os dos demais membros. O ataque do Hamas contra civis israelenses e a reação de Israel bombardeando Gaza são os desdobramentos mais recentes de uma tragédia iniciada há mais de um século. Após a Segunda Guerra Mundial, os aliados, vencedores, acolheram Alemanha e Itália, semeando a paz.n1-bet casino

  • Yusuf ibn Ayyub, conhecido como Saladino, líder da resistência árabe no século 12, guerreou, ganhou e perdeu batalhas, e negociou acordos para o reestabelecimento da autonomia da região, sendo misericordioso com os derrotados.
  • Árabes e judeus lutaram juntos contra as cruzadas cristãs nos séculos 12 e thirteen.
  • Os britânicos, presos entre duas promessas contraditórias, não.

Os territórios ocupados por judeus europeus, contudo, não estavam vazios. Em 1920, os árabes representavam 80% da população da Palestina, com perto de 10% cristã. Pelo censo de 1931, com a intensa migração na década anterior, os judeus passaram a ser 16,9% dos habitantes da região. A perseguição aos judeus acelerou a migração para a Palestina, que introduziu um regime de propriedade de terras alheio à região. Mesmo assim, passaram-se mais de três décadas de imigração sionista até que se vissem os primeiros registros de preocupação das lideranças palestinas, que só ocorreram na década de 1910. A vitória árabe sobre os bizantinos, no século 7, foi saudada por cristãos, judeus e samaritanos da região.

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Árabes e judeus lutaram juntos contra as cruzadas cristãs nos séculos 12 e 13. São 56 anos de territórios ocupados, com estradas segregadas, restrições à mobilidade e à vida, com cidades sitiadas, muros e arames farpados. Após a vitória na guerra, os ingleses, que contaram com o apoio dos árabes, esqueceram o acordo com a população local. Em 1993, acusado de estar celebrando com os israelenses, em Oslo, um tratado que concedia pouco aos palestinos e o instalava na posição de cão de guarda de Israel, o líder Yasser Arafat insistia que ele não celebraria qualquer paz, mas “a paz de Saladino”. Após a vitória de 1973, a primeira-ministra de Israel, Golda Meir, do partido Trabalhista, de esquerda, estava mais consumida por problemas locais do que atenta a resolver os dilemas da ocupação e do povo cerceado.

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Não foi fácil superar a dor e o ressentimento, mas em poucos anos havia o começo da União Europeia e dos benefícios da vida em comunhão. O recrudescimento do antissemitismo e as perseguições contra judeus, acirradas em toda a Europa no fim do século 19, foram preparando o terreno para o genocídio dos anos 1940.

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As tentativas de acordo entre os líderes do Shin Bet e os palestinos foram ignoradas. Segundo o plano de partilha das Nações Unidas apresentado em novembro de 1947, 818 mil palestinos hospedariam 10 mil judeus no Estado árabe. No Estado judeu, 438 mil palestinos viveriam sob soberania sionista entre 499 mil judeus.

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Para que isso possa se realizar, é essencial que Israel cesse as agressões à população civil palestina e tome medidas para pôr fim à ocupação. Os reféns, prisioneiros do Hamas, devem ser libertados. Existem demasiadas vítimas em Gaza, em Israel e na Cisjordânia.

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A Palestina da época period habitada principalmente por árabes e havia sido dominada pelo Império Otomano durante quatro séculos. Havia discriminação, mas havia relativa paz entre os principais grupos. Muçulmanos, judeus e cristãos conviviam havia séculos, compartilhando cidades. Esse ano inaugura uma realidade em que os palestinos vivem em “territórios ocupados”, uma realidade dramática que muitos na Europa e nas Américas não parecem compreender.

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O historiador israelense Ilan Pappé documentou o processo de expulsão de centenas de milhares de palestinos de suas casas, que ocorreu na segunda metade da década de 1940. Simultaneamente, a Grã-Bretanha prometeu aos árabes, em troca do apoio na guerra contra os otomanos, o estabelecimento de um Estado árabe soberano nos territórios em que se falava a língua. Os britânicos, presos entre duas promessas contraditórias, não. Yusuf ibn Ayyub, conhecido como Saladino, líder da resistência árabe no século 12, guerreou, ganhou e perdeu batalhas, e negociou acordos para o reestabelecimento da autonomia da região, sendo misericordioso com os derrotados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.

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